quarta-feira, 8 de maio de 2013

Eu sempre fui um lixo nesse negócio que chamam de amor, um exemplo de gente azarada. Mas sempre fui boazinha nas palavras, sempre soube o que dizer, dar a volta por cima, enganar as pessoas dizendo que eu não sofria com isso das coisas nunca darem certo pra mim. Sempre fui segura e confiei muito na minha habilidade de poder ser feliz indo pra festas, bebendo e pegando aqueles carinhas que as meninas suspiravam por eles. Eu era a tipica garota cheia de sorrisos espontâneos  mais ou menos boa na escola, que esperava ansiosamente por toda noite de sábado. Eu era tipicamente uma garota solteira aos 16 anos, aparentemente um tipico exemplo de felicidade. Desapegada, inútil para o amor. Inútil para aquela velha concepção de amor. Indiscutivelmente carente, aparentemente auto-suficiente. Uma contradição ambulante não só para isso, mas para tudo. Eu nunca acreditei que existia gente que aprendia a gostar, sempre acreditei que você se apaixonava perdidamente por um pessoa ou seria para sempre indiferente. Eu nunca seria capaz de enfrentar as manias, maus humores, exagero de carinho, carência exagerada de alguém que não fosse o amor da minha vida. Eu não furaria minha bolha de segurança por ninguém que não fizesse as borboletas dorminhocas do meu estomago acordarem eufóricas  Era frescura pra muita gente, mas pra mim, amor de verdade fazia as borboletas ficarem vivinhas dentro do meu estomago. Na minha vida, foi igual a esse texto : dei muitas voltas em mim pra realmente chegar a você  Você que hoje é um " sei la " pra mim, não um " sei la " no pior sentido da palavra, mas um " sei la " cheio de existencialismo. Eu não sei até hoje o que você de fato pra mim, só que não é nada que chegue perto de negativo. Você não tem ponto positivo, você é o ponto positivo. Você é o ponto positivo de ter que me privar daquelas coisas, daqueles carinhas de braço e barriga definidos, postagens inteligentes no Facebook. Você não precisava de academia, nem de um intelectualismo online. Eu precisava. Eu precisava de uma academia pra me sentir mais ou menos bonitinha, de postagens legais no Facebook, conhecimento musical, conhecimentos gerais. E mesmo assim você dizia ocultamente olhando nos meus olhos que me amava. Me amava mesmo eu desligando o telefone na sua cara, terminando sem mais nem menos com você, puxando sua orelha quando precisava só de carinho. O que era uma afronta para sua personalidade discretamente orgulhosa, autoritária e afetuosa. Mesmo sabendo que você já de saco de cheio desse meu texto tediosamente romântico  tenho mais algumas linhas para escrever. Nos últimos dias conclui que o amor romântico, que eu tanto falei nesse texto não é nada disso do que eu pensava. Ou é, vai saber. Sentimentos não tem regras, não dá pra concluir nada sobre eles. E é possível  sim, aprender a gostar. Mas aprender a gostar não tem nada a ver com acostumar com os cinemas dos sábados, ligações de boa noite. Aprender a gostar é se apegar a aquele defeito horroroso que a pessoa tem, é querer cuidar daquela fragilidade, é deixar a pessoa rir da sua desgraça. Eu aprendi a gostar de você, me apeguei como se apega a um amigo, gradativamente. Aprendi a te beijar em publico, a te beijar entre quatro paredes. Aprendi a ser sua, aprendi a querer que você fosse mais meu a cada dia.

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